TORNE SEU O QUE LEU, OUVIU OU VIU

Celebro a participação numa comunidade de fé, porque ela que nos lembra quem é Deus e nos ajuda a aprender quem é Ele.

Podemos criticar a comunidade, mas não a idéia de comunidade, que é de Deus, como nos ensina o apóstolo Paulo:

“Deus colocou todas as coisas debaixo de seu pés [isto é: dos pés de Jesus Cristo] e o designou cabeça de todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em toda e qualquer circunstância” Efésios 1.22-23.

As dificuldades são as pessoas, como se fosse possível viver com pessoas mas sem as pessoas, em comunidade mas sem comunidade. As pessoas são, por vezes, um convite à nossa auto-suficiência, como se pudéssemos  experimentar a fé apenas no silêncio.

Nossa fé precisa da comunidade de fé. Nossa fé precisa se exercitar. Este exercício se realiza com o uso dos dons que o Espírito Santo nos concedeu. Dom sem uso não é dom. Sem dom a fé não cresce. Sem comunidade o dom não se desenvolve. Igreja é envolvimento. Para que o conheçamos, Deus nos reúne numa igreja. Ali ele nos fala através da adoração, seja no cântico ou na leitura e exposição da Sua Palavra.

Toda palavra humana deve ser ouvida criticamente. Leitura crítica é leitura consciente, conferindo o que se escuta com a Palavra divina.

Um bom recurso é anotar o que se ouve. Anote. Faça perguntas. Discuta. Pegue o que ouviu e torne seu.

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POR QUE RESISTIMOS À TERNURA?

Nada como uma disputa, seja no campo das idéias, mesmo as religiosas, seja no território das preferências, para vermos em ação a aspereza de cada um de nós.

Sim, nós podemos (não devemos, mas podemos) tratar os outros com uma incrível dureza, na presença ou na ausência deles. Nossa indelicadeza adquire proporções que nos desconcertam a nós mesmos. Nossa dureza se manifesta quando desclassificamos os que são diferentes de nós.

Nossa aspereza ganha corpo quando desferimos comentários negativos, geralmente desnecessários, contra pessoas, até mesmo contra algumas que nunca nos fizeram mal.

No entanto, nós somos capazes de gestos de ternura. Temos algumas razões para sermos amargos, mas tem muito mais razões para sermos ternos.

Por que resistimos tanto?

Israel Belo de Azevedo

 

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UM MUNDO A CONSTRUIR

Ser sábio é ser criativo.

Quando foi repreender Davi por seu pecado, Natã não chegou com o dedo em riste. Ele cotou uma história e o rei mesmo se condenou. O profeta fez diferente.

Quando escreveu seu Evangelho, é provável que João conhecesse Mateus, Marcos e Lucas. Que fez ele? Contou a mesma história, com a nova perspectiva. Os três começam suas histórias em Nazaré.  João põe o palco primeiro no céu, como um poema. Ele fez diferente.

Sempre podemos fazer diferente (não pelo prazer da diferença) para fazermos melhor. Não temos que usar o mesmo tipo (ou marca) de roupa. Não temos que ler os mesmos livros. Não temos que ver os mesmos filmes. Não temos que ir aos mesmos restaurantes. Não temos que fazer do mesmo como sempre fizemos.

A verdadeira vida é sempre é uma obra de arte. Por que Jesus ensinou por parábolas? Por que o autor de Apocalipse enfrentou o império romano com o recurso da imaginação?

É pela criatividade que construímos um novo mundo.

Viva. Crie.

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QUANDO O AMOR DE DEUS SE APERFEIÇOA

Viver como se a vida tivesse (e tem!) sentido é uma decisão. A vida tem macrossentido e microssentido, embora muitos pensem que o sentido dela seja apenas duas vezes micro: comer e beber, já que nascer e morrer não são gestos que escolhamos.

A partir do macro é que se escreve o micro, não o contrário. O macro é o sentido. Na perspectiva da Bíblia, o projeto de vida de um cristão é viver para a glória de Deus.

E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas. 1 João 2.5

Vive para a glória de Deus quem anda como Jesus andou. Quando andamos como Jesus andou, o amor de Deus se aperfeiçoa em nós.

Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. 1 João 2.8

Quando Jesus andou por aqui, Deus desceu do céu. Quando amamos, o amor de Deus desce à terra. Quando andamos como Jesus andou, as trevas se dissipam.

Quando andamos como Jesus, à nossa volta se forma um arco de luz. Vamos andando e as trevas vão desaparecendo. Nossa presença na noite vai anunciando a manhã.

Quem anda como Jesus andou é um facho de luz, como um farol em que se pode mirar.

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QUANDO O SANGUE FERVE

Primeira cena: o estacionamento está cheio. Com muita dificuldade, você encontra uma vaga e assesta o carro para entrar. Eis que, de repente, surge outro veículo e toma

a sua vaga. O sangue ferve.

Segunda cena: você para o carro, comprado com muita dificuldade, em frente a um prédio, de cara para o porteiro. Quando volta, seu carro está risco, com sulcos

profundos. Interpela o porteiro, que nada viu. O sangue ferve.

Terceira cena: você está numa reunião, em que todos concordam. Quando você discorda, é desclassificado, acusado de traidor. O sangue ferve.

Quarta cena: você escreve algo e lê um comentário, acusando-o de ter pensado o que não pensou. O sangue ferve.

Para todas as cenas, a recomendação de Jesus é a mesma: dê a outra face. Não risque o carro do espertinho que lhe tomou a vaga. Não humilhe o porteiro que não viu o

que certamente viu. Não desclassifique aquele que o desclassificou com tanta ira.

Deixe o Espírito Santo controlar o seu temperamento.

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus Mt  5:9

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FORA DA ONDA

A onda existe.

Há a onda do que é bonito.

Há a onda do que é bom.

Há a onda do que é correto.
O que fazemos com a onda, que nos força a pensar de certo modo, gostar de certas coisas, aprovar determinadas atitudes?

Uns gostam da onda, procuram saber qual é a onda e buscam cavalgar na sua crista. Numa loja de tintas, por exemplo,

ouvi um consumidor perguntar pela cor que estava vendendo mais, pois seria a que iria comprar. Os vendedores,

farejando este tipo de consumidor, sempre recomendam os produtos que atendam às tendências da onda.

Outros seguem a onda, mas não sabem porque. Como só conhecem a onda, para eles só existe a onda.

Há também aqueles que tentam fugir da onda.

Por melhor que seja, a onda é péssima, porque não é algo que sai de dentro de nós, mas vem de fora. É sempre uma imposição.

O salmo 1 diz que feliz é quem não vai na onda. Pois:

não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores!

Porque sua satisfação é outra.

Os donos da onda nos impõem que filme ver, que livro ler, que pensamento ter, que atitude desenvolver, que alimento comer, que líquido beber, que palavra dizer, a que moda ceder, mas nenhum de nós precisa estar na onda para ser feliz.

Há vida fora da onda.

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Desespero

Há momentos na vida que tudo parece conspirar contra nós.

Ao mesmo tempo, sofremos um revés no trabalho, recebemos o diagnóstico de uma doença, perdemos alguma pessoa querida e um vizinho nos escolhe para nos atazanar.

Então, dizemos que o mundo parece estar desabando sobre nós. Pode ser.

Mas pode ser também que a nossa sensibilidade aumente a partir de um primeiro acontecimento desagradável.

Antes, uma pergunta: quem nos garante que uma coisa recebida como ruim seja mesmo ruim? Com a experiência de vida, aprendemos, por exemplo, que um desemprego

pode também ser uma avenida para um novo e melhor começo.

Até uma doença pode ser um tempo para uma reflexão mais profunda sobre os rumos que nossa vida tem tomado. Há acontecimentos que nós provocamos, embora não nos lembremos. Há acontecimentos que surgem sem que nada tenhamos feito em seu favor. Há acontecimentos que simplesmente acontecem. Não podemos mudá-los, mas podemos mudar a nossa atitude diante deles.

Acontecimentos desagradáveis esticam a corda da esperança até o seu limite.

E é essa corda que nos leva a concordar com o apóstolo Paulo:

Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo ( Filipenses 1.6)

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A CAVERNA NÃO PODE SER A NOSSA CASA

Todas as história de Jesus, em forma de parábolas, se cruzam em cheio com as nossas vidas.

Vejamos a chamada parábolas das minas (Bíblia — Lucas 19.11-27).

Lendo a narrativa, chamou-me a atenção a atitude dos empregados.

Os dois que fizeram suas minas dobrar entenderam a missão das suas vidas: fazer com que o dinheiro a eles confiado rendesse. A aplicação imediata é que quando temos um sentido de missão, nossa vida flui e alcançamos vitórias além de nossas expectativas.

O que guardou o dinheiro debaixo do colchão foi reprovado por algumas razões.

Primeiro, ele não entendeu a missão que recebera. Talvez nem tivesse prestado atenção quando foi informado do que deveria fazer. Há muita gente que não sabe o que quer da vida porque não presta atenção ao que o Senhor Deus lhe diz. Vivem a esmo, embora Deus lhes tenha dado uma direção.

Segundo, faltou-lhe coragem; sobrou-lhe medo. Diante de um patrão duro, refugiou-se na caverna do medo. Faltou-lhe ousadia. Toda vez que deixamos o medo nos dominar, ficamos paralisados. Devemos ser com os dois que ganharam mais dinheiro, não com o terceiro que perdeu dinheiro.

Por: Israel Belo de Azevedo

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DUVIDAR É PRECISO

Li sobre algumas pessoas, atuando no mundo dos negócios, que tomam decisões que se mostram desastrosas. Analisando o comportamento, um especialista fez o seguinte comentário: “Há pessoas que se enganam, mas raramente têm dúvidas”.

Tradução: há pessoas que se enganam porque não duvidam. Sim, há pessoas que sempre têm certezas, porque nunca duvidam de suas próprias certezas.

Geralmente avaliamos negativamente a atitude de Tomé, o discípulo de Jesus que duvidou que o seu Mestre tinha ressuscitado e pediu provas.

Em nosso juízo, nós nos esquecemos de perceber que, diante das evidências, Tomé deixou de ter dúvidas e afirmou que Jesus Cristo era seu Senhor e Deus.

Ouvimos, lemos ou mesmo vemos algo e, antes que o conteúdo se torne uma certeza, precisamos, como Tomé, duvidar, isto é, devemos submeter a afirmativa à peneira das evidências. Temos a imensa facilidade de ir na onda, seguindo a trilha já pisada, sobretudo quando a onda reforça os nossos preconceitos.

Também como Tomé, devemos ter a coragem de mudar, quando as evidências nos convenceram de que estávamos errados.
Os humildes erram. Ou melhor: todos erram, mas só os sábios humildemente reconhecem que erraram.

Por: Israel Belo de Azevedo

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VIVER SEGUNDO AS REGRAS

Viver é viver segundo as regras.

Há a regra do tempo para nascer. Quem nasce antes, por exemplo, é prematuro.

Há as regras dos horários para o trabalho, para o estudo, para o lazer, para o convívio.

Quem não cumpre esses horários é anti social e acabará convivendo inocuamente apenas consigo mesmo.

Há a regra da palavra, que determina que há o momento de ouvir e há o momento de se exprimir.

Há as regras que contribuem para a harmonia da vida em família, na vizinhança, na igreja, entre outros espaços de nossas convivências.

Há a regra que, na política, para se obter votos, é preciso mentir. Ou não se eleger.

Há as regras que especificam que os restaurantes têm que jogar fora a comida que sobrou sem ser servida.

Há regras boas. Há regras ruins. Há regras.

Jesus Cristo seguiu as regras, mas nem todas.

Ele disse:

“Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” Mateus 5.17

No entanto, Ele trabalhava no sábado, o que era proibido pelas regras, quando o amor ao próximo lhe impunha esta desobediência.

Sim, Jesus veio cumprir a Lei de Deus e o ensino dos profetas de Deus, não as leis que os homens criaram para benefício próprio, mesmo que

para a desgraça do outro. Se queremos andar como Jesus andou, rebelemo-nos, não contra aquelas regras que fazem vibrar as cordas de

nossas sonoras conveniências, mas contra aquelas que oprimem as pessoas, seja na religião ou na política. Que nossa rebeldia tenha uma causa pela

qual valha a pena viver e morrer; jamais uma expressão de egoísmo.

 

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